terça-feira, 3 de abril de 2007

David Remnik lança livro no Brasil

JORNALISMO
Quando assumiu a "New Yorker", uma das revistas de maior prestigio no mundo, em 1998, David Remnik já era um jornalista experiente. Aos 47 anos já tinha trabalhado como repórter no jornal Washington Post e foi correspondente na então União Soviética, no começo dos anos 90.

Remnik conta em tom de piada que a única coisa que sabia fazer naquela época era editar. Por isso, ele abandonou as reportagens, que foi o que ele sempre gostou de fazer. Sucessor dos lendários Haroold Ross e Willian Shaw, Remnik lança no Brasil o livro "Dentro da Floresta", uma reunião dos melhores textos jornalísticos do autor. São 23 artigos que foram publicados na "New Yorker" entre 1994 e 2006 - o mais recente narra a eleição palestina, vencida pelo Hamas. Destacam-se escritores como Philip Roth e Don Delillo, políticos como Tony Blair e o presidente russo Vladimir Putin, além de lutadores de boxe, como Mike Tyson.

David Remnik afirma que não faz o tipo que se especializa em algum assunto para escrever. Segundo ele, é o tipo de pessoa que “gosta de ficar pulando de política para Tyson”. No entanto, acha ótimo que as redações tenham setoristas. Os perfis que prevalecem no livro não foram escolhidos por algum motivo especial, mas apenas por se tratar dos seus melhores artigos,segundo a opinião do jornalista. Para ele, um bom perfil não pode ser uma pequena biografia. Não deve ter o compromisso de abarcar tudo, mas tem que ter vida, oferecer um olhar, num tempo específico sobre uma pessoa. "Não acho que um autor de perfis deva ter a intenção de alcançar um conhecimento psicológico de seu assunto", diz. Na opinião dele, os detalhes, do que é visto e ouvido, é que devem formar um retrato.

Sobre os temas relativos à guerra e ao terrorismo, ele acredita que todos os profissionais têm o dever de refletir sobre o mundo em todos os seus momentos.

A "New Orker" é uma revista conhecida por seguir o estilo literário, Remnik acha que isso é mais um elogio e que um estilo não é melhor do que outro. “Não diria, por exemplo, que os trabalhos de ficção de Geoge Orwell são os melhores que os de não-ficção”, conclui.

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